ISO/DIS 21260: 2018 – Mechanical safety data for physical contacts
between moving machinery or moving parts of machinery and persons
O paradigma de trabalho com máquinas evoluiu para um modelo de colaboração estreita entre operador humano e a máquina.
Num modelo de trabalho colaborativo “Humano/máquina” a tradicional abordagem da segurança de máquinas baseada na “segurança passiva”, isto é, na interposição de barreiras físicas e/ou imateriais entre a pessoa e os movimentos perigosos da máquina, deixa de ser possível. Impõe-se assim, e está a evoluir, um modelo de “segurança ativa” em que a máquina face ao perigo de contacto físico com a pessoa “saiba” como reagir de modo a não causar dano.
A “aprendizagem da máquina”, em termos de segurança, é matéria que diz respeito aos sistemas de comando das máquinas, em particular às “partes dos sistemas de comando relativas à segurança”. Mas, quando se coloca a questão de “ensinar a máquina” sobre com que força pode, ou não, contactar fisicamente com uma pessoa é necessário estabelecer limites para o efeito.
É precisamente este o objetivo da norma que dá o título a esta notícia: Estabelecer valores limites de contacto “máquina-humano” de modo a prevenir os danos para a pessoa.
Trata-se de uma norma Tipo B, elaborada no âmbito do comité ISO/TC 199 – Safety of machinery, pelo grupo de trabalho WG12 – Human-machine interactions, em que o CATIM participa ativamente representado por Alberto Fonseca da Unidade de Engenharia e Segurança de Máquina, e visa proporcionar a todas as partes interessadas, nomeadamente aos projetistas de máquinas a informação necessária para “ensinarem as máquinas” a contactar “delicadamente” e em segurança com as pessoas com quem partilham o espaço e as tarefas de trabalho. A norma também se dirige aos redatores das normas Tipo C para os apoiar na determinação dos valores limites das forças de contacto a respeitar pelas máquinas em que o perigo seja identificado.
A norma classifica os contactos máquina-Humano em 4 grupos, G1, G2, G3 e G4 sendo os dois primeiros relativos a contactos dinâmicos diferenciados, o G1 e o G2, pela frequência com que ocorrem. O G3 trata do contacto quasi-estático, que ocorre quando a força de contacto é aplicada com uma duração superior a 500 ms e o último, o G4, lida com o contacto em que há deslizamento/fricção entre a parte da máquina e a parte do corpo humano com que contacta.
Para cada grupo de contacto são estabelecidos os valores limites definidos, em cada caso, por parâmetros como a área mínima de contacto, a energia máxima transferida no momento do contacto, a força dinâmica e a pressão máximas geradas pela transferência de energia e a tensão de corte máxima para contactos de fricção.
A norma fornece também metodologias para verificação da conformidade com os valores limites de contacto aplicáveis e, nos em cinco anexos informativos, apresenta, entre outras informações, exemplos de possíveis contactos “máquina-Humano”, características das superfícies de contacto e efeitos secundários da do contacto “maquina-Humano”.
De referir que esta norma tem vindo a ser desenvolvida com base na escassa informação existente sobre os valores limites das forças de contacto com partes do corpo humano. Tendo em conta esta limitação e considerando que a maior parte da informação carece ainda de consolidação e validação científica e experimental o grupo de trabalho WG12, na sua ultima reunião em dezembro de 2019, decidiu propor ao plenário do ISO/TC 199 a alteração do mandato para elaboração de um “relatório técnico”, em vez da “norma internacional”, para que tinha sido inicialmente instruído, a qual, a seu tempo, quando o assunto estiver amadurecido, poderá vir a ser publicada.
A alteração será apreciada e decidida na próxima reunião plenária do ISO/TC 199, prevista para o final de abril deste ano, entretanto adiada devido aos constrangimentos da pandemia do COVID-19.
Mais informações. Unidade de Engenharia e Segurança de Equipamentos
catim@catim.pt
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