Em 1983 foi criado o SNGQ – Sistema
Nacional de Gestão da Qualidade (depois alterado para SPQ – Sistema Português
da Qualidade) e também foram criados os centros tecnológicos pelo Decreto-lei
nº 461/83, infra-estruturas relevantes para a
actividade industrial e que hoje
perduram e que continuam a cumprir a sua Missão inicial.
A utilidade dos centros tecnológicos
parecia ser à data consensual, já que apontavam para o apoio da melhoria da
qualidade e inovação da indústria num processo acelerado de integração europeia,
com a publicação de directivas comunitárias e rápida evolução normativa. Parecia
ser difícil garantir a existência de uma indústria competitiva sem um conjunto
de entidades da envolvente empresarial que disponibilizassem competências e
meios para tratar dos aspectos mais técnicos da qualidade relacionados com a
normalização, a metrologia, os ensaios, a certificação, para além de outros
aspectos relacionados com a inovação, as tecnologias, os materiais, a melhoria
da eficiência e eficácia dos processos industriais.
Já em 1980, a AIMMAP
(Associação dos Industriais Metalúrgicos e Metalomecânicos e Afins de Portugal, (à data designada por AIMMN)
tinha estabelecido um protocolo com a DGQ – Direcção Geral da Qualidade, IAPMEI
- Instituto de Apoio às Pequenas Empresas e ao Investimento e o LNETI –
laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial, criando o CATIM,
Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica.
Em 1983 e por força
deste protocolo e com o apoio das empresas fabricantes de aparelhos a gás, foi
criado o Laboratório de Material de
Queima que se dedicou a fazer ensaios a este tipo de equipamentos. Estas
empresas confrontavam-se com a obrigatoriedade de certificação dos seus
produtos, quer no mercado interno quer externo, sendo necessário a evidenciação
da conformidade com as normas aplicáveis em cada um dos mercados alvo (NP, NF,
DIN, BS, etc.).
Em 1983 foi também estabelecido o SNGQ, Sistema Nacional de Gestão da
Qualidade (Decreto-lei nº 165/83), que tinha como objectivo a garantia e o desenvolvimento da qualidade
de produtos e serviços, mediante a gestão concertada de 3 subsistemas nacionais
da Metrologia, da Normalização e da Qualificação. Nesse mesmo ano o SNGQ foi alterado pelo Decreto-Lei nº 234/93, passando a
designar-se por SPQ, Sistema
Português da Qualidade, e passando a ter como objectivo principal, o de
proporcionar aos agentes económicos nacionais um modo crível de demonstração da
qualidade dos produtos e serviços, agregando as estruturas institucionais de
apoio ao desenvolvimento da qualidade, de acordo com um conjunto de
procedimentos de gestão aceites internacionalmente.
Em 1986, O CATIM acabou por ser oficialmente
fundado, tendo como sócios
fundadores a AIMMAP, o IAPMEI e o INETI. Nesse mesmo ano o Laboratório de Material de Queima do CATIM foi acreditado (certificado nº 86/L.12).
Em 1987, o CATIM foi reconhecido pelo IPQ como Organismo de
Normalização Sectorial , coordenando nos dias de hoje 14 comissões técnicas de
normalização.
Em 1988, o Laboratório de
Metrologia Dimensional (LMD) do CATIM (certificado nº 88/L.21) e o Laboratório
de Metrologia Dimensional – Verificação de Máquinas-Ferramenta em (certificado nº 88/L.26) foram acreditados pelo IPQ, dando o CATIM um sinal de forte pioneirismo e
empenhamento no SPQ, reforçando a credibilidade da qualidade das empresas
associadas e clientes do sector metalúrgico e metalomecânico que ao seu
laboratório recorriam para ensaios de produtos e calibrar os seus instrumentos
de medição e ensaio.
A adesão ao SPQ foi em crescendo ao longo dos anos, com
sucessivos laboratórios acreditados, em especial logo no início da década de
90, laboratórios que mais tarde foram agrupados em grandes acreditações por
domínios (por exemplo metrologia, ensaios), contando hoje o CATIM com milhares
de ensaios acreditados.
Entre 1992 e 2001, o CATIM integrou o CNQ – Conselho Nacional da Qualidade, entidade do SPQ que era presidida pelo Ministro da Indústria e Energia e que tinha como competência ser o órgão de consulta do Governo no âmbito da política da qualidade e de desenvolvimento do SPQ. Entre muitas das suas atribuições cumpria ao CNQ estabelecer os princípios e as metodologias relativas ao SPQ, através de directivas do CNQ. O CATIM participou também na Comissão Executiva (1994-2001), nas Comissões Permanentes da Normalização, da Metrologia e da Qualificação (1992-2001), e nalgumas comissões sectoriais.
A partir de 1990, e com a criação da Unidade da Qualidade, o CATIM começou a intervir junto das empresas, especialmente nas PME’s, na implementação de sistemas de gestão e garantia da qualidade, com forte promoção na adopção da normalização aplicável aos produtos e processos, e na melhoria das práticas metrológicas. Competência nos domínios do ambiente e segurança no trabalho criaram-se por volta de 1994, dando origem mais tarde a unidade funcional específica (Unidade Ambiente e Segurança)
Em 1994 o CATIM foi reconhecido como Organismo Notificado para a Directiva Máquinas, iniciando um relevante intervenção no domínio da segurança das máquinas e hoje também dos equipamentos de trabalho (Unidade de Segurança de Máquinas).
Em 2004, e com a análise do projecto e análise da instalação do Funicular dos Guindais no Porto, o CATIM iniciou a actividade de análise de segurança de instalações por cabo para o transporte de pessoas (funiculares e teleféricos).
Em 2011, o CATIM foi acreditado como Organismo de Inspecção para a Directiva
Máquinas (certificado nº I0078).
Muitos outros factos poderiam ser descritos nesta importante história de intervenção do CATIM que este ano faz 30 anos desde que foi oficialmente criado, 33 anos desde a criação do seu primeiro laboratório e 36 anos desde que nasceu como ideia...