O empresário Nuno Lima junto ao seu protótipo
O CATIM volta a associar-se à inovação
nacional tendo realizado a avaliação e os ensaios de segurança do protótipo de uma porta horizontal
para uso em caves de vinho, da responsabilidade da empresa NSL para o projeto Cave do Vinho (http://www.cavedovinho.pt/).
A avaliação e os ensaios
realizados pelo CATIM permitiram garantir que o produto cumpre com os
requisitos de segurança segundo a Directiva 2006/42/CE de 17 de Maio, e de
funcionamento e durabilidade com base nos requisitos da norma EN 1935.
A grande
inovação desta proposta caracteriza-se pela modernização da configuração
horizontal. Trata-se de uma porta automática neste formato para acesso a caves
de vinho. O sistema mecânico compacto de abertura é accionado por motor
eléctrico, com possibilidade de abertura manual.
Nuno Lima, sócio-gerente da NSL, identificou nas falhas do sistema existente uma oportunidade vantajosa para a adaptação. E assim surgiu a versão inovadora: Introduzi o sistema anti-esmagamento. Ao fechar a porta, existia o risco de esmagamento de um pé, por exemplo. Com este mecanismo, é possível um fecho suave que trava a porta e simultaneamente desencrava. Além disso, melhorei o sistema de dobradiças e a estética, refere. Qualquer residência ou espaço comercial com cave poderá incorporar esta solução. Cerca de 95% da produção destina-se à exportação para o mercado europeu, pelo que o apoio do CATIM é fundamental para cumprir as normas aplicáveis e, assim, garantir a possibilidade de exportação, salienta Nuno Lima.
A proposta da NSL alia poupança de espaço a um mecanismo de fácil utilização. O sistema mecânico é fabricado em aço inoxidável, um material resistente à corrosão. A materialização da folha é multidisciplinar e possibilita a incorporação de diferentes materiais, como o vidro, a madeira ou a cortiça. Nuno Lima acrescenta Mantendo a base de trabalho, podemos fazer a porta evoluir e, se eu hoje preferir uma porta de vidro, amanhã posso colocar tijoleira. Além disso, o utilizador pode, actualmente, preferir a versão manual e, no futuro, consegue adaptar o mecanismo à versão automática, colocando o motor e retirando apenas quatro parafusos da base.
A intervenção do CATIM possibilitou a avaliação da segurança do produto enquanto motorizado. Para isso, foi desenvolvida a especificação do quadro de controlo do ensaio. Este quadro de comando automático permitiu a detecção e gestão de falhas no sistema motorizado. Alberto Fonseca, responsável técnico pela Unidade de Engenharia e Segurança de Equipamentos do CATIM e pela avaliação de segurança efectuada, sublinha que os ensaios se destinaram a completar a apreciação de riscos na qual o fabricante se baseou para definir e implementar as soluções para prevenir os mesmos, assim como na constituição do processo técnico de fabrico.»
Pedro Castro, responsável da Unidade de Ensaios de Materiais e Produtos, sublinhou Foi definido um ciclo específico com tempos de repouso em função da utilização prevista. Garante-se, assim, que o utilizador nunca é colocado em perigo por erros técnicos. O protótipo analisado foi também submetido ao ensaio de durabilidade ao mecanismo de abertura e fecho, já habitual em ensaios a este tipo de produtos. Os ciclos permitem verificar se a funcionalidade se mantém ao longo do tempo e sem riscos associados. Para uma utilização frequente, a norma de referência prevê um ensaio de 200 mil ciclos. Neste caso, por se tratar de um sistema a utilizar para acesso a caves, com utilização esporádica, definiu-se uma duração de 10 mil ciclos para o ensaio. Foram ainda realizados ensaios de carga estática na folha, através da colocação de uma massa sobredimensionada, com vista a verificar se a integridade estrutural se mantém. O ensaio de movimentação manual a que o protótipo foi submetido permitiu efectuar medição de forças de manobra.
Para o fabricante, os ensaios desenvolvidos pelo CATIM são fundamentais para a garantia de segurança do produto e da sua utilização por parte dos utilizadores finais. Conseguimos, assim, aferir a fiabilidade do mecanismo e ter a garantia de conformidade com os requisitos subjacentes à Marcação CE do produto, que é muito importante para nós, destacou Nuno Lima.
Esta não é a primeira vez que o CATIM ensaia a segurança de protótipos e produtos que ainda não foram lançados no mercado. Pedro Castro assegura que é frequente este tipo de ensaios. É importante para o fabricante ter a quem recorrer para se salvaguardar no que diz respeito à utilização do produto, uma vez que a utilização efectiva do mesmo envolve pessoas.
Com a garantia de segurança atestada, esta solução poderá ser comercializada a nível nacional e internacional para o acesso a caves e já está a ser desenvolvido um sistema de comunicação em plataformas que permitem gestão à distância, como telemóveis ou computadores.
Nota: Colaboração de Jessica Santos (CATIM) na elaboração do post.