segunda-feira, 1 de outubro de 2018

FMEA - Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos



O QUE É?
A Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos (FMEA) é uma ferramenta de gestão do risco utilizada com o propósito de diminuir as falhas nos produtos, processos e sistemas. O objetivo é identificar, priorizar e analisar potenciais falhas [1], de forma a propor ações de melhoria e evitar a sua ocorrência.
Aparece como uma das técnicas de apreciação do risco da Norma NP EN 31010:2016 [2] e é uma das core tools da IATF 16949, daí que seja frequentemente utilizada na indústria automóvel [3].

TIPOS DE FMEA
Existem vários tipos de FMEA consoante o tipo de aplicação: FMEA de Produto (ou de conceção/design), FMEA de Sistema, FMEA de Processo, FMEA dos Serviços e FMEA de Software [3].
·      FMEA de Produto (DFMEA): Considera-se as falhas que poderão ocorrer no produto, que o possam tornar não conforme com as especificações do projeto.
·        FMEA de Processo (PFMEA): Considera-se as falhas que poderão ocorrer no planeamento do processo, de forma a evitar não conformidades do produto com as especificações do projeto.

COMO ELABORAR?
A análise FMEA pressupõe várias etapas:
1.     Definição do âmbito e objetivos de estudo
2.     Constituição da equipa (deve ser multidisciplinar)
3.     Caracterização do sistema/produto/processo em análise
4.     Decomposição do sistema/produto/processo em componentes ou etapas
5.     Definição da função de cada componente ou etapa
6.     Para cada componente ou etapa, elaborar o formulário FMEA de acordo com a sequência abaixo descrita (ver imagem):
a)   Como pode cada componente falhar? – Modos de falha
b)   Quais os efeitos potenciais desses modos de falha? – Efeitos das falhas
c)   Atribuição de um valor para a Gravidade (G) ou severidade de cada modo de falha, que consiste numa avaliação quantitativa da gravidade dos efeitos
d)   Que mecanismos podem produzir esses modos de falha? – Causas das falhas
e)   Atribuição de um valor para a probabilidade de Ocorrência (O) de cada modo de falha
f)    Como é detetada e prevenida a falha? – Mecanismos de deteção e prevenção
g)   Atribuição de um valor para a probabilidade de Deteção (D) de cada modo de falha
h)   Cálculo do Número de Prioridade de Risco (NPR) ou Risk Priority Number (RPN) para cada modo de falha (produto da Gravidade, Ocorrência e Deteção: NPR = G x O x D)
i)     Ações corretivas propostas para os modos de falha com elevado valor de RPN
j) Seleção das ações a implementar e cálculo do RPN e seus elementos após implementação das ações
PRINCIPAIS BENEFÍCIOS [3]
·        Permite sistematizar o processo de documentação das falhas nos produtos, processos e sistemas
·        Melhora o conhecimento sobre determinado produto ou processo
·        Possibilita uma redução de custos ao prevenir potenciais falhas
·        Facilita a alocação de recursos pela priorização das falhas com um maior risco associado

BIBLIOGRAFIA
[1] Omdahl, T. P. (1988). Reliability, availability and maintainability dictionary, American Society for Quality;
[2] IPQ - Instituto Português da Qualidade (2016). NP EN 31010:2016. Gestão do risco – Técnicas de apreciação do risco;
[3] Stamatis, D. H. (2003). Failure mode and effect analysis: FMEA from theory to execution. ASQ Quality Press

Nota: post publicado com a colaboração de Daniela Meira da Unidade da Qualidade e Inovação

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